Ángela Ponce é a Miss Espanha e a primeira mulher transexual a participar do Miss Universo
Ángela Ponce fez história na noite deste domingo (16 – horário de Brasília) no tradicional Miss Universo, que ocorreu em Bangkok, na Tailândia. Ela, que é a Miss Espanha, foi a primeira mulher trans em 67 anos do concurso a estar entre as candidatas cis e marcou a noite com sua beleza, mensagem contra a transfobia e homenagem.
A miss era apontada como uma das favoritas (veja aqui), contudo não conseguiu chegar ao Top 20. Apesar disso, ela recebeu uma homenagem surpresa da organização, com um vídeo especial contando a sua história no telão, falando sobre mulheres trans, transfobia e pedindo um mundo mais inclusivo. O público se emocionou.
“Nasci em um mundo que não estava preparado para mim. Sofri discriminação e não tinha modelos a seguir. Todos merecem um mundo de respeito, inclusão e liberdade”, disse.
Após a exibição do vídeo, Ángela voltou ao palco do Centro de Convenções e foi ovacionada em pé pelo público. Ela ergueu sua faixa como Miss Espanha – sendo que é a primeira vez que uma mulher trans ganhou um concurso nacional – e sagrou-se como uma das vitoriosas da noite.
” Minha esperança é para o amanhã. Poder viver num mundo de igualdade para todos. Entender que todos somos humanos e devemos tornar a nossa vida mais fácil juntos. O mundo mudou. Eu não preciso ganhar o Miss Universo, eu só preciso estar aqui”, declarou, derramando lágrimas.
Outra vitoriosa – a que levou o título de Miss Universo 2018 – foi a filipina Catriona Gray. O segundo lugar ficou para a África do Sul e o terceiro para a Venezuela. A brasileira Mayara Dias ficou no TOP 20.
MULHERES SÃO DIVERSAS
Por mais de duas semanas, as candidatas moraram juntas na capital tailandesa, onde visitaram templos, participaram de atividades sociais e conheceram o primeiro-ministro do país. Todas foram avaliadas por um júri formado apenas por mulheres, e desfilaram em trajes de banho, vestidos e roupas típicas do país, além de participarem de entrevistas.
Nos desfiles preliminares, a miss espanhola usou um conjunto de minissaia com brilhos e cropped. Para o traje de banho, ela usou um biquíni rosa e foi uma das mais aplaudidas. Já na roupa típica, Ángela vestiu uma “bata de cola”, modelo usado na dança flamenca.
Durante o concurso, Ángela contou que iniciou o tratamento hormonal aos 16 anos e que chegou a passar pela cirurgia de redesignação genital (popularmente conhecida como mudança de sexo). Dentre seu trabalho voluntário – uma das exigências para todas as misses – ela está dentro de uma ONG que apoia jovens trans.
Ela também frisou, para quem insistia em dizer que o Miss Universo não era o seu lugar, que a diversidade está no mundo e que há várias mulheres diversas. “Eu sou parte dessa diversidade de ser mulher”.
Confira alguns momentos:
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