POR NLUCON
O site NLucon.com – que é voltado para a população LGB “T” – abriu em janeiro de 2018 um financiamento coletivo pela plataforma Padrim. Agora, os leitores e leitoras poderão patrocinar o site mensalmente – e pode ser apenas 1 real. Clique aqui e fortaleça esse projeto.
A página é escrita pelo jornalista Neto Lucon, que desde 2004 empresta a sua profissão para escrever histórias, entrevistas e reportagens sobre a população trans e travesti. O projeto surgiu da amizade e proximidade com a militante e atriz travesti Claudia Wonder (1955-2010), que incentivava o trabalho jornalístico para desmistificar preconceitos e contribuir para a cidadania plena da população trans.
Após trabalhar em vários veículos e escrever diversas pautas sobre a população trans, Neto sofreu diversas retaliações e até demissões por pedir, por exemplo, o respeito ao nome social. Ele criou o NLUCON para abordar especificamente essas histórias. A página soma mais de 1 milhão de acessos todos os meses, já pautou grandes veículos, tem prêmios da militância trans e travesti, mas não tem qualquer tipo de investimento.
Neto, inclusive, não está inserido no mercado de trabalho devido ao preconceito por tabela.
Com Claudia Wonder: principal incentivadora do trabalho
Segundo ele, a nova plataforma de financiamento coletivo foi escolhida após a indicação dos leitores. Trata-se de uma ferramenta que permite que o patrocínio seja contínuo (mensal), com melhor planejamento e não esporádico, como vinha fazendo a cada dois ou três meses e que servia para pagar as dívidas do investimento na página. Vale dizer que o leitor pode interromper o patrocínio a qualquer momento.
Há algumas recompensas para cada doação, mas o próprio trabalho no NLUCON, com as entrevistas, reportagens, vídeos e postagens, acaba sendo o principal retorno. Lembrando que para manter o trabalho é preciso investir, desde internet, telefone, transporte para ir em muitas entrevistas, equipamento, manutenção (…), além do próprio trabalho jornalístico que envolve um reportório de 15 anos.
“Trazemos um material que ajuda na luta contra a transfobia. Muitas vezes, pautamos grandes veículos e ajudamos a fortalecer muitas pessoas, ações e campanhas. Fomos nós, por exemplo, o primeiro site jornalístico que escreveu a matéria sobre a transfobia no ENEM e permitiu, ainda com ressalvas, a discussão do respeito às pessoas trans. Também fomos o primeiro a divulgar o trabalho de diversas artistas trans, a divulgar ações e a noticiar crimes de transfobia, como o da Dandara dos Santos no Ceará”, afirma.
O jornalista reitera que em mais de oito anos nenhuma grande empresa (mesmo as que dizem ser amigas da diversidade) se interessou em patrocinar a página. O discurso vai desde a transfobia de não querer ser associada à população, de estarem engajadas em outros projetos e por não acreditar que a população trans e travesti possa ser seu público alvo. “Será triste finalizar uma página que proporciona tantas reflexões. A gente continua resistindo, justamente pelo fortalecimento dos leitores e leitoras”.
Quanto vale o NLUCON? Para contribuir – e pode ser R$1 mesmo – basta clicar aqui.