2ª Caminhada Pela Paz – Sou Trans e Quero Dignidade e Emprego – vai cobrar cotas para população trans admin Julho 11, 2018

2ª Caminhada Pela Paz – Sou Trans e Quero Dignidade e Emprego – vai cobrar cotas para população trans


A segunda Caminhada Pela Paz – Sou Trans e Quero Dignidade e Emprego – vai acontecer neste sábado (28), a partir das 13h, no Vão Livre do Masp. Neste ano, o evento vai falar sobre empregabilidade trans e oferecer aos vereadores um documento em que se pede cotas para travestis, mulheres transexuais e homens trans.

A organizadora e presidente da CAIS – Centro de Apoio e Inclusão Social de Travestis e Transexuais, Renata Peron, que é uma mulher transexual afirma que a Caminhada propõe a cada ano discutir um tema diferente, tendo em vista que esta população tem seus direitos negados em várias áreas. Como no emprego, onde 90% tem que recorrer à profissão do sexo para sobreviver. 

Toninho Vespoli e Renata Peron

“Ano passado fizemos a caminhada Sou trans e quero dignidade e respeito. E neste ano é “emprego”, no outro é “educação” e no outro é “moradia”. Vamos levar uma carta que é um projeto para o Vereador Toninho Véspoli e a gente está tentando outros vereadores. Vamos pedir cotas. Assim como tem cotas para os negros e deficientes, a gente também quer cotas”, declarou.

Renata diz que as cotas devem condizer com a profissão escolhida pela pessoa trans – e não para qualquer trabalho oferecido. “Não queremos nivelar por baixo. O negócio é a gente ter dignidade e respeitar o trabalho de cada uma delas. Se a menina é formada em pedagogia, ela tem que ser contratada para exercer a sua função como pedagoga e não para servir cafezinho, por exemplo”.

A mestre-de-cerimônias será a ativista travesti Erika Hilton, que também fará a apresentação. Outros apresentadores serão a cantora e mulher trans Mel Gonçalves e do apresentador e homem cisgênero Fefito, do Estação Plural. Quatro DJs vão se intercalar para que a caminhada esteja animada. “Aceitei o convite e colocarei meu corpo naquele espaço como um rolo compressor em cima das opressões e dos privilegiados”, declarou Érika ao NLUCON


Erika diz que é importante frisar que a caminhada é das pessoas trans, “então, por gentileza, as pessoas cis fiquem nas bordas e deixem o centro livre para o protagonismo das pessoas trans”. “Sair nas ruas todos os dias já é uma caminhada política, afinal nossos corpos são políticos, mas nesse dia queremos poder caminhar lado a lado, fortalezendo nossas pautas, nossas semelhanças e desconstruindo as questões que ainda precisam ser tratadas dentro do próprio movimento”.

Ao fim da caminhada, às 17h, vai rolar um desfile com os modelos que posaram para o projeto KLendárias, com quatro travestis, quatro mulheres transexuais e quatro homens trans. Um ato político em frente da Câmara de Vereadores de São Paulo. “Será um momento lúdico. E depois vamos entregar a carta que será a minuta pedindo cota”.

+ Relembre como foi a primeira Caminhada Pela Paz