“Religião ainda é usada para motivar a transfobia”, diz ativista Lirous K’yo Fonseca Ávila admin Fevereiro 12, 2019

“Religião ainda é usada para motivar a transfobia”, diz ativista Lirous K’yo Fonseca Ávila

Lirous K’yo Fonseca Ávila: “Educação é a melhor arma contra a transfobia”

Lirous K’yo Fonseca Ávila debatou sobre transfobia, ações, relacionamento, clubes LGBT e tabus em entrevista ao NLUCON. Ela é ativista dos direitos LGBT e das mulheres, DJ, assistente social e presidenta da ADEH – Associação de Direitos Humanos com Enfoque na Sexualidade – em Florianópolis.

Na entrevista, Lirous declarou que um dos motivadores da transfobia na cultura brasileira continua sendo o discurso religioso conservador e fundamentalista, aliado ao debate pouco profundo e marcado por fake news, e própria a falta de interesse da população cis em entender a população trans.

“A religião no nosso país não vem com a premissa de espiritualizar, iluminar, de fazer as pessoas puras e boas. Ela vem de forma punitiva. Daí cria-se uma situação castrativa nas pessoas, de inibição. Porque o Deus que está lá ele pune. Mas isso não quer dizer que a pessoa transfóbica está pensando: ‘É por causa de Deus’. Mas esta é uma ferramenta que formata as pessoas para que olhem para o que não é padrão com uma questão de violência”, declarou.

Lirous afirma que mulheres e homens trans são vistos como fora do padrão e, dentro da ótica religiosa fundamentalista, é como se automaticamente permitissem a violência sofrida. “As pessoas acham que podem me violentar. Não deveria ser assim, mas é uma coisa que acontece. Não só violência física, como também a violência psicológica”.

Segundo a ativista, a maior arma contra a transfobia é a educação, incluindo a de base, sempre marcada pela verdade. “Dizem: ‘ai, como vou dizer para meu filho?’. Se tivesse dito a verdade desde sempre, não tinha que explicar. Mas as pessoas têm aquele medo que vai que você fala e a pessoa vira (LGBT). Também percebo que é grande o número de violentadores que não querem que falamos sobre sexo e gênero, porque eles querem continuar violentando. Muitas vezes não conseguimos combater a violência sexual porque as crianças não sabem o que é”, diz.

Confira essas e outras declarações: