Foto do ensaio-manifesto do NLUCON contra a transfobia de todo o dia
O episódio de transfobia sofrido por Luisa Marilac recentemente nos leva a pensar nas milhares de pessoas que passam por isso diariamente. O desrespeito a nossa identidade infelizmente é uma realidade e pode deixar marcas, físicas e psicológicas. Mas quais são os impactos da transfobia na saúde mental da população trans e travesti?
Passar por situações de desrespeito por vezes é uma experiência bem subjetiva, cada um reage de uma forma. Mas as constantes violências sofridas pela população T, o não reconhecimento dessas identidades, a retirada de direitos já conquistados (como o ocorrido em SC sobre o uso do nome social) ou então a ridicularização da população pode acarretar em casos de grave sofrimento psíquico ou patológicos mesmo, como depressão, ansiedade e até mesmo fobia social. E quando falamos desses quadros patológicos é importante salientar que, devem ser acompanhados não só por psicólogos como também por um psiquiatra.
A transfobia pode tornar ainda mais frágil uma pessoa que faz parte de um grupo marginalizado e que vem construindo sua própria identidade. E a violência ganha um peso ainda maior quando ocorre em espaços que supostamente deveriam te acolher (ou que a pessoa se sente obrigada a estar), como sua casa trabalho, universidade…Acredito que a pior transfobia seja aquela que a gente não espera.
A população cisgênera precisa entender que as palavras têm grande poder, e que aquela piadinha ou comentário inofensivo se refere a uma população que existe e resiste nesses momentos de desgoverno e já resistiu em outros também. A comunidade T está cansada de ser desrespeitada e morta. E a sua piadinha mata sim! Não só mata, como pode adoecer… Adoecer ao ponto de uma pessoa desistir de viver. O que fica de sugestão a cisgeneridade é se colocar no lugar do outro, se imaginar tendo seu nome, gênero e tudo que envolve isso (que é basicamente viver em sociedade) negados.
E a comunidade travesti e trans o pedido: cuidem da saúde mental de vocês, busquem se fortalecer sempre, vocês são preciosos demais!
[Saiba mais: Pessoas trans e travestis denunciam as frases de transfobia que escutam frequentemente]
Thomaz Oliveira é psicólogo e colunista do NLUCON
Thomaz Oliveira, psicólogo (CRP 06/145487)
É formado pela Universidade Paulista e realiza atendimento clínico para adolescentes, adultos e idosos sob a ótica psicanalista nas cidades de Santos e São Paulo. Também realiza palestras sobre diversidade sexual e de gênero, e é colunista do NLUCON, respondendo perguntas e dúvidas dos leitores e fortalecendo a relação entre a Psicologia clínica e a população trans e travestis.
Contatos Thomaz: Celular: (13) 99710-0882 [email protected]
fb/insta: @thomaz.psicologia