Ángela Ponce, de 27 anos, é uma das favoritas a vencer o Miss Universo, que ocorre nesta segunda-feira (17) em Bangoc, Tailândia, (e no domingo, 16, no horário de Brasília). Ela vem chamando atenção por sua beleza, desenvoltura, simpatia e pelo fato de ser a primeira mulher transexual a competir na história do concurso.
De acordo com a casa de apostas virtual MyBookie, o nome de Ángela é o mais cotado a vencer, levar a coroa e faixa do Miss Universo. A pesquisa não interfere no resultado final, mas sempre dá dicas e pistas das candidatas que avançam na competição, chegando até o TOP 5.
Durante os desfiles preliminares, o favoritismo se manteve. Ángela foi uma das concorrentes que mais recebeu aplausos calorosos do público nos trajes de gala e típico. Durante o traje de banho, foi ovacionada pela desenvoltura na passarela (assista aqui). “Ela faz história como a primeira mulher transgênero a competir no Miss Universo. Esta jovem é voluntária de uma organização que ensina crianças e famílias sobre diversidade de gênero, igualdade e respeito nas escolas”, disse a apresentadora.
Para além do quesito beleza, a Miss Espanha vem conquistando o público pela maneira elegante como responde as críticas, dúvidas e até ao preconceito. Isso porque, desde que ganhou o título de Miss Espanha, ela vem sofrendo ataques, defendendo a sua identidade de gênero e levantando a bandeira da diversidade. “Sou uma mulher desde sempre, porque minha identidade está aqui”, apontando para a cabeça. “Ser mulher é uma identidade. Não importa se você é branca, negra, se tem uma vagina ou um pênis”, argumentou.
Em um programa de TV, a miss foi questionada se acreditava de fato merecer o título e competir ao lado de mulheres cis. Ángela disse: “Por que não posso estar no Miss Universo se este é um concurso que tem como proposta trazer a diversidade de beleza das mulheres? Eu sou parte dessa diversidade de ser mulher”, defendeu.
Quando foi ofendida pela concorrente miss Colômbia, que declarou nas redes sociais que não deveria estar no concurso pois estava em desvantagem, a miss respondeu mais uma vez com elegância: “Nunca tentarei mudar sua opinião, pois essa não é a minha função. Meu propósito é tornar minha realidade conhecida e falar ao mundo um pouco sobre educação para a diversidade, que é um fator importante e que, sem dúvidas, acabaria com tanto bullying, preconceito e violência. Peço respeito”.
Vale dizer que o concurso não aceitava que mulheres trans participassem até 2012, quando o Miss Universo o era comandado por Donald Trump, hoje presidente dos EUA e conhecido por lutar contra os direitos da população trans. Jenna Talackova, por exemplo, chegou a concorrer quando quase foi desclassificada pela transfobia, mas não venceu o Miss Canadá em 2012.
“(Se eu vencer o concurso) mais do que uma mensagem para ele (Trump), seria uma vitória para os direitos humanos. Mulheres trans têm sido perseguidas e apagadas há tanto tempo. Se me derem a coroa, mostrarão às mulheres trans que elas são tão mulheres quanto às mulheres cis”, disse Ángela, que afirmou que sua missão é muito maior que possa parecer. “Não represento apenas as mulheres espanholas, mas todas as mulheres que se identificam com minha história”.
Que a noite seja de muita beleza, vestidos belíssimos, closes e uma excelente mensagem a todas as pessoas.
Confira algumas fotos:
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Assista aos desfiles preliminares: