DJ trans Lirous K’yo Fonseca Ávila leva hits empoderadores para festas do Sul admin Julho 1, 2018

DJ trans Lirous K’yo Fonseca Ávila leva hits empoderadores para festas do Sul


Por Neto Lucon

Lirous K’yo Fonseca Ávila é uma importante militante dos direitos humanos de Florianópolis, Rio Grande do Sul. Há cerca de dois anos ela vem conciliando a militância com a música, festas e as pick ups. Sim, ela também é DJ e vem agitando as festas do Sul com muito “hitão empoderador”.

Lirous conta que sempre se interessou por música e se experimentou enquanto DJ. Em 2009, chegou a lançar um set experimental chamado Jackset, que trazia música dos anos 80 até as atuais. Mas teve que deixar de lado devido aos estudos e a falta de habilidade em se anunciar. Retomou com tudo a convite da Rose Bär para tocar em seu aniversário na festa Rebel, na Treze.

Logo em sua estreia profissional, recebeu o prêmio DJ revelação na festa “The Best Of 2016”, que premiou no dia 28 de dezembro de 2016 os melhores das casas noturnas Treze e da Blues Velvet.

A DJ afirma que seu som é feito para agradar o público e que conta com muito “hitão, remixes e pegadas trap”. “As músicas passam por uma seleção e trabalho em torno da harmonia. Toco do pop ao rock, passando por trap, house e eletrônica”, declara. Ela também aproveita a oportunidade para trazer músicas empoderadoradoras. “Acompanho o clipe, o histórico do cantor e suas letras para evitar tocar som machista, homolesbobitransfóbico e misóginos. Levo letras com saldo positivo para animar as festas”.

Ela passa horas trabalhando no set, estudando transições, editando músicas e pesquisando o que de melhor há na atualidade. Para a performance, também se preocupa com figurinos temáticos e coreografia pronta dos videoclipes para fazer da festa aquele fervo. “É um trabalho árduo que pode desmoronar com uma música fraca então, todo cuidado é pouco. Sou uma profissional super acessível, sem ranço com outros profissionais da área e sem frescura, que recebe muito bem e interage com todos os convidados da festa”.

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TRANS POWER

Segundo a profissional, ser uma mulher transexual DJ faz diferença em sua carreira. Tanto por aqueles que tem receio de contratar quanto para aqueles que não querem pagar pelo trabalho. “Acham que vivemos de visibilidade. Conheço muitos que carregam o discurso de que tem que colocar as minas trans para trabalhar, mas que na hora não quer pagar. Já recebi propostas de tocar de graça por oito horas em um casamento, assim como para uma casa de swing que queria pagar o valor que eu cobro por hora para tocar quatro horas”, afirma.

Mas com muita resistência e a receita do som dançante e empoderador, Lirous tem superado as adversidades. Em dois anos tocou mais de 80 festas: bem como a Conca Club, 1007, na festa Rancho do Maneca, no Cabaret Night Club, na casa Jivago e no projeto Semana Balaclava, na Blues Velvet e na 24ª edição do Pop Gay, a convite da prefeitura de Florianópolis. A lista continua…

Coordenadora da ADEH, instituição de direitos humanos com foco na população trans e travesti, ela também sempre leva o som para as festas da associação. Tocou na Festa de Halloween, no Jantar da Adeh, no Desfile de Moda, na tradicional festa Julhina e no projeto Bloco do Vexame, parceria da Adeh com a produtora Gandaia Cultural. Lirous também tem um projeto chamado Trans Power, ao lado de outras artistas trans, bem como a DJ Fabrizia de Souza e a apresentadora Selma Light.

Ela

 também faz parte de um projeto empoderador que acontece na balada, iniciativa da ADEH em parceria com o 1007 Floripa. É uma roda de conversa com funcionários da casa noturna. “A convite da Sibéli da Silva, produtora da casa, toda a primeira quinta-feira do mês, discutimos diversos temas empoderadores como parte de apoio à política de respeito adotada pela casa, com a finalidade de combater o assédio, LGBT+fobia, racismo ou discriminação, numa expectativa de rompermos preconceitos, estreitarmos laços e construirmos uma noite melhor para a população que frequenta a casa, desde os funcionários aos clientes. Depois da conversa, rola a festa e ainda é possível curtirem o meu set”.
A DJ conta que muitas pessoas acabam a procurando dentro das casas noturnas para falar sobre suas demandas particulares. “Muitas vezes acabo direcionando à ADEH, mas muitas vezes os acolhimentos acontecem discretamente em um canto da balada. As demandas variam de violências sofridas à hormonioterapia”. 

Como produtora, ela afirma que busca dar oportunidade para novos profissionais que fazem som e são TLBG (sigla LGBT em que ela mesma redireciona para dar visibilidade à causa trans), desde que o som seja de qualidade aceitável e se enquadre na proposta da festa. Até porque: TLGB unido jamais será vencido”, finaliza. Lema que deve ser seguido sempre, nas pistas e fora dela!

PARA CONTRATAR

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