O espetáculo “Não Representadas” estreia nesta terça-feira (29), Dia Nacional da Visibilidade Trans, às 20h, no SESC Prainha, em Florianópolis, Santa Catarina. A obra fala sobre histórias brasileiras de resistência e é resultado da formação do projeto Teatro Líder, promovido pela ADEH – Associação em Defesa dos Direitos Humanos com Enfoque na Sexualidade. A entrada é franca.
Durante os últimos seis meses, a comunidade atendida pela ADEH teve oficinas técnicas e artísticas gratuitamente. Eles passaram por formação desde a dramaturgia, figurino, maquiagem, produção e audiovisual. Tanto que também será exibido um curta-metragem produzido em uma das oficinas que fala sobre a resistência trans.
O elenco é diverso em cores, histórias e experiências. São eles: Alex Kizme, Carla Figueiredo, Jenn Lopez, Jéssica Modesto, Johnny Beng, Laurinha Brelaz, Rita Feijão, Suélen Rosa e Vicky Silveira.
O processo foi definido por meio das metodologias de improviso e da investigação de procedimentos documentais dirigidos por Malco Bauer, Renato Turnes e Vicente Concilio. A ideia de “resistência” foi a disparadora dos exercícios e jogos que iniciaram os participantes na linguagem do teatro da performance. Os artistas também relataram passagens autobiográficas que significassem trajetórias pessoas de resistência.
Muitas das improvisações e relatos pessoais foram organizados dramaturgicamente e transformaram-se em cenas. Elas aparecem em diversos formatos e linguagem, desde a narrativa, depoimento, performance e representação. O objetivo foi que os participantes encontrassem no processo criativo um espaço de acolhimento e resistência, e que fossem autores e protagonistas de sua própria representação.
Juntamente com o espetáculo, será exibido o curta-metragem “ADEH e Resistência” produzido na oficina de audiovisual. Em formato documentário, o curta terá diversas personagens trans que resistem no país. Dentre elas está a artista e ativista Selma Light, conhecida no estado. Vale dizer que toda a gravação foi realizada com o equipamento disponível na ADEH e das pessoas envolvidas, tendo como objetivo mostrar que é possível realizar um documentário com meios de produção acessíveis quando se há boas histórias para contar.
“Não Representadas” segue com outras apresentações até quinta-feira (31). Confira os dias e horários no serviço abaixo. Programe-se, confirme a presença aqui e prestigie!
SERVIÇO [O quê?] Espetáculo “Não representadas” + Exibição de curta-metragem [Quando] 29, 30 e 31 de janeiro, às 20h; 1º de fevereiro, às 17h e às 20h [Onde] Teatro SESC Prainha (Tv. Siríaco Atherino, 100) [Quanto]
Entrada franca (ingressos a partir das 19h)
Sobre o projeto Teatro Líder O ciclo de ações de formação em artes cênicas e audiovisuais voltado para a comunidade LGBT a fim de instrumentalizar os participantes em técnicas e conceitos fundamentais para a criação artística nas linguagens do teatro, performance e documentário. O projeto teve o apoio do SESC Prainha atravpes do projeto Espaço Criação.
Projeto realizado com o apoio do Estado de Santa Catarina, Secretaria de Estado de Turismo, Cultura e Esporte, Fundação Catarinense de Cultura, FUNCULTURAL e Edital Elisabete Anderle/2017.
Oficinas e ministrantes Dramaturgia: Malcon Bauer Interpretação: Malcon Bauer, Renato Turnes e Vicente Concilio Figurino: Karin Serafin Maquiagem: Lu Medeiros Audiovisual: Cíntia Domit Bittar
Produção: Milena Moraes
Alunes/atores das oficinas de formação em teatro:
Alex Kizme, Carla Figueiredo, Jenn Lopez, Jéssica Modesto, Johnny Beng, Laurinha Brelaz, Rita Feijão, Suélen Rosa, Vicky.
Alunes participantes da etapa de teoria e produção da formação em audiovisual:
Mariana Rotili, Jackson Adriano, Carla Figueiredo, Matheus Martins, Johnny Beng, Clayton Sena, Victoria Silveira.
Alunes participantes da etapa de montagem e finalização da formação em audiovisual:
Mariana Rotili e Jackson Adriano.
Sobre a ADEH: Associação em Defesa dos Direitos Humanos com Enfoque na Sexualidade, atua há mais de duas décadas em Florianópolis visando a garantia de direitos, a promoção de saúde e a discussão dos Direitos Humanos e de políticas TLGB (Travestis, Transexuais, Lésbicas, Gays e Bissexuais). Embora o foco de trabalho sempre tenha sido a população TLGB, os resultados de suas iniciativas ampliaram a atuação da Associação e os projetos de acolhimento e de acompanhamento de pessoas em situação de vulnerabilidade hoje são referência no âmbito municipal e estadual.
São esses comentários que nos faz acreditar que, apesar de toda desvalorização, ataques e falta de apoio, o trabalho não foi em vão. Obrigado!!!