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A ex-jogadora de vôlei Ana Paula Henkel, que chegou atuar na seleção brasileira, derrapou na transfobia ao comentar sobre estupro – assunto que veio à tona depois que uma adolescente de 16 anos foi estuprada por mais de 30 homens.
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Ana defendia que não dá para generalizar que “todos os homens são possíveis estupradores”. E usou um exemplo infeliz e transfóbico para questionar os defensores dos direitos humanos, que usam desse argumento.
“Perguntar não ofende, mas se “todo homem tem um estuprador dentro de si”, o que a gente faz com os trans (sic) que querem usar o banheiro que a sua filha usa?”, perguntou na internet.
Alguns seguidores tentaram explicar que identidade de gênero não tem relação com genital, e que mulheres transexuais também são mulheres. Outros encararam o post como meramente transfóbico, pois mostrou que a jogadora considera a população de mulheres trans, na verdade, homens.
Além disso, esse é o tipo de discurso que muitos políticos fundamentalistas e pessoas conservadoras usam para barrar a entrada da população trans em banheiros de acordo com o seu gênero. Embora não haja qualquer caso ou incidência de pessoas trans que cometam estupros em banheiros. Já o contrário existe: pessoas trans são comumente agredidas, estupradas e ofendidas quando obrigadas a usar banheiros diferentes do seu gênero.
Após a polêmica, Ana Paula declarou não ter nenhum preconceito e que o tuíte gerou um ruído desproporcional. “Minha intenção era apenas mostrar como é errado generalizar. Peço desculpas se ofendi. Não tenho nenhum preconceito, mas feminista famosinha generalizar que basta homem para ser estuprador, não dá”.
NOTA DA REDAÇÃO: Ana, é exatamente isso. Independente da opinião de que homens sejam (ou não) estupradores em potencial, as travesti e as mulheres transexuais não são homens – logo não deveriam ser utilizadas como exemplo de comparação. Entendeu?