A Parada LGBTI+ de Florianópolis acontece em novembro com patrocínio principal da Prefeitura, sem apoio do governo estadual.
O governador Jorginho Mello (PL) anunciou nas redes sociais nesta quinta-feira (8) que o governo de Santa Catarina decidiu não destinar recursos públicos para a realização da Parada LGBTI+ de Florianópolis. A organização do evento, no entanto, negou que tenha solicitado recursos ao governo estadual. O tema rapidamente dominou as redes sociais, tornando-se o principal assunto no estado.
Na publicação, Jorginho justificou que a decisão de não patrocinar o evento se baseou em “critérios técnicos” e que o governo não financiaria projetos que considera de caráter ideológico. Apesar disso, a Parada LGBTI+ de Florianópolis é organizada com recursos exclusivamente da Prefeitura da Capital e de patrocinadores privados.
Em resposta ao Floripa.LGBT, a organização do evento esclareceu que, desde 2016, nunca pediu apoio ou verba ao governo estadual. Apenas submeteram um projeto ao Programa de Incentivo à Cultura (PIC) para captar doações com dedução de ICMS, mas o pedido foi negado.
“A edição de 2024 foi adiada, em parte, devido à negativa recebida no ‘PIC – Programa de Incentivo à Cultura de Santa Catarina’, que permite captação de recursos por meio de incentivo fiscal do ICMS, após muito atraso na divulgação do resultado”, afirmou a organização em nota.
Parada LGBTI+ de Florianópolis acontece em novembro
A organização da Parada LGBTI+ anunciou uma nova data para o evento, que estava previsto para setembro, mas foi adiado para 17 de novembro de 2024. A mudança foi necessária por conta do período eleitoral, já que a Prefeitura, principal financiadora da Parada, não pode apoiar eventos nos 90 dias anteriores às eleições de outubro. A organização ressaltou que, mesmo com outros patrocinadores, os recursos disponíveis não seriam suficientes.
A Parada também tentou obter recursos através da Lei Nacional de Incentivo à Cultura, mas não houve empresas interessadas em tempo hábil para transferir o valor do imposto de renda via incentivo fiscal. No âmbito do Programa de Incentivo à Cultura de Santa Catarina (PIC), o projeto foi recusado, sob o argumento de que o evento é de caráter político, e não cultural. Como resposta, a organização entrou com um processo judicial para revisar a decisão.