Os concursos de Miss e Mister ficaram durante muito tempo adormecidos e esquecidos pelo público. O mérito para o despertar ocorreu em 2007, com o sucesso da Miss Brasil Natália Guimarães, segunda colocada no Miss Universo, e Lucas Gil, segundo colocado no Mister Mundo 2007. Tive o prazer de entrevistar Lucas – hoje, um dos mais belos e bem sucedidos modelos – pouco após seu reinado para o Caderno Mulher, do O Regional (edição 280, março de 2008), e saber um pouco dos detalhes da competição. Para matar a saudade e porque recordar é viver, leia abaixo a entrevista com um dos homens mais bonitos do mundo e o mais bonito entre todos os misters (até hoje!).
Por Neto Lucon (2008)
– Inegavelmente você é bonito e chama atenção por onde passa. Mas quais são os atributos fundamentais que um homem deve ter para vencer um concurso de mister?
No meu caso, sempre gostei de concurso de beleza, desta competição. Desde moleque, participei e venci vários concursos regionais, interestaduais… Mas ainda hoje é complicado falar de atributos. Vogo pela oportunidade que tive, pela boa aparência, educação que recebi e cultura que procuro adquirir todos os dias. Parece bobagem, mas, além da beleza, temos que saber bastante de cultura geral, de geografia, falar um português correto. Quando se está fora do Brasil, somos o cartão de visitas, portanto temos que saber muito sobre o nosso país para poder representa-lo bem. Acho que esses foram os meus pontos a favor.
– É verdade que nos concurso de mister, ao contrário dos de miss, os candidatos passam por provas de resistência?
É verdade. No Brasil, tivemos mais provas de exercícios físicos, como natação, basquete. Mas acredito que o resultado dessas provas não valham pontos no final. Penso que seja mais para avaliar a interação dos candidatos e para relaxar com toda a pressão em cima de nós.
– Você foi o segundo colocado no Mister Mundo, que ocorreu na China. Como avalia o concurso internacional?
Foram 30 dias de concurso e 56 candidatos de todo o mundo. Também tivemos provas de resistência, bem mais intensas que as do Brasil. Nelas, acordávamos bem cedo e fomos separados por grupos, divididos por cores. Tivemos que escalar montanhas, provas de barco a remo… Tivemos até a presença de um sargento do exército, que era bastante sério. Então, foi bem puxado, mas gratificante.
– As mulheres entram com vestido de gala, de biquíni… Como são os trajes do concurso masculino?
Temos três entradas. Uma é o traje social [uma calça jeans e uma camiseta da escola do candidato]. Depois, no outro desfile, uma bermuda e uma camisa aberta. E, o último, era o traje de gala que o próprio candidato leva. É lógico que fui com as melhores expectativas, mas acho que o vencedor [o espanhol Juan Garcia] estava mais preparado. Hoje, ele é meu amigo.
– O que fez durante o ano com o posto de homem mais bonito do Brasil?
Fiquei muito pouco no Brasil, apenas três meses. Mas fiz muitas campanhas publicitárias – como as da Pepsi, Mc Donnalds, Avon – e várias na Europa e na Ásia. Também fiz parte de alguns projetos sociais, visitei alguns hospitais com câncer e escolas. Essas são algumas das funções do mister.
– O assédio feminino aumentou?
No Brasil, os concursos de mister não são tão divulgados. Estou mais famoso na Ásia. Lá, as pessoas me param, querem tirar foto. É lógico que aqui no Brasil sempre aparecem pessoas que acompanham os concursos e admiram o trabalho. Elas pedem para tirar foto, autógrafo, curto bastante. Mas é bem menor que em outros lugares do mundo.
– O que achou do novo Mister Universo que venceu este mês o concurso?
O Vinícius [Ribeiro] é da minha cidade e lá realmente existe esta tradição de mister. É um ícone para a cidade. Como eu ganhei ano passado, ele já foi se preparando também. Ganhou por méritos próprios, é muito educado, de boa família.
– Formado em nutrição, vocês faz alguma dieta específica?
Eu não tenho uma dieta, mas me alimento bem por ser nutricionista. Como seis vezes ao dia. Começando pela manhã, como carboidrato integral, queijo branco, leite desnatado ou de soja e uma fruta. Depois, antes de almoçar, tomo um suco para evitar muita fome na hora do almoço. Já no almoço, coloco duas colheres de arroz integral, um bife médio [carne branca ou vermelha] e salada à vontade. No lanche da tarde, como basicamente o mesmo do café da manhã, mas sem os carboidratos. À noite, procuro não comer muito pela ausência de gasto energético. Libero um pouco nas festas, mas procuro cortar carboidratos.
– Você pratica jiu-jitsu. Sempre gostou do esporte?
Sempre gostei. Desde criança eu gostava de luta. Tanto que aos 15 anos fiz boxe e jiu-jitsu. Lá na Ásia aprendi um pouco de muay thai, que é bem forte na cultura deles. Dei uma parada agora, mas vou voltar em breve.
– E o que pretende fazer profissionalmente agora?
Agora, quero dar seguimento na minha carreira de modelo. Ser mister abriu um leque muito grande de oportunidades, contribuiu muito para a minha carreira. Pretendo voltar para a Ásia, América do Norte… Estou com muitas propostas e a minha cabeça está com um ponto de interrogação ainda (risos).
Assista abaixo algumas propagandas de Lucas: