Paula Beatriz de Souza é a 1ª diretora trans do Estado de São Paulo: “Alunos são carinhosos” admin Julho 1, 2018

Paula Beatriz de Souza é a 1ª diretora trans do Estado de São Paulo: “Alunos são carinhosos”

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A paulistana Paula Beatriz de Souza Cruz, 42 anos, conseguiu realizar o sonho de criança: ser professora. Mais que isso. Desde 2005, ela é diretora do E. E. Santa Rosa de Lima e é considerada a primeira mulher transexual a ocupar o cargo no Estado de São Paulo.

No dia da Mulher, ela foi uma das homenageadas com um perfil no site da Secretaria de Educação, do Governo do Estado de São Paulo (clique aqui), por estar à frente da gestão da unidade, que atende cerca de 980 alunos dos anos iniciais do Ensino Fundamental.

Segundo o perfil, Paula leciona desde 1989, quando se formou em magistério na E.E. Presidente Kennedy, antes mesmo de sua transição de gênero. Ela afirma que desde criança sabia que era uma garota, que passou por processos de descoberta e que só em 2005 – quando foi amparada por amigos e pela família – revelou ao mundo que é uma mulher trans.

Ela afirma que não passou por nenhum tipo de transfobia ou constrangimento por parte de pais, professores e alunos. E que não há muitos casos em que tenha lidado com a curiosidade deles.

“Os alunos são carinhosos comigo, têm respeito e até me elogiam bastante dizendo ‘nossa, professora, como você está bonita’. Eu tenho muita sorte, infelizmente conheço muitas amigas (trans) que não têm”, declara.

A diretora diz que com o seu jeito passa mais segurança e acolhimento. “Sinto que eles sentem segurança comigo, como se eu fosse resolver aquela situação problemática na qual eles estão envolvidos (…) A presença da mulher diretora tem o olhar da gestora, mas também tem o olhar da mãe, da tia, da irmã, daquela mulher que garante esse aconchego”. 

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A2img / Daniel Guimarães

Segundo Paula, ser mulher é um orgulho, uma conquista e uma revelação de que a sociedade está caminhando para uma grande transformação de respeito às questões de gênero. Ela pede para todas colocarem a “cara no sol”. “As mulheres precisam ter confiança, acreditar nelas mesmas e, principalmente se unirem. A luta ainda não terminou”.

Assista ao vídeo: