Por NLUCON
A rede internacional de cafés Starbucks anunciou nessa segunda-feira (25) que irá pagar cirurgias e outros procedimentos de todos os/as funcionárias/os trans que trabalham em suas lojas nos EUA. Desta vez, eles incluíram até mesmo os tratamentos que geralmente são excluídos pelos planos de saúde.
No novo plano, de acordo com o site internacional Pink News, a Starbucks afirmou que além de cobrir a cirurgia de redesignação genital (conhecida equivocadamente como mudança de sexo), eles vão cobrir outros passos médicos na transição de gênero.
Dentre os procedimentos estão: redução ou aumento de mama, remoção de pelo ou transplantes e a cirurgia de feminilização facial. Geralmente os planos não custeiam por considera-los meramente estéticos, mas são necessários para a vida física, psíquica e social de muitas pessoas trans.
Outra novidade é que a empresa também ajudará seus/suas trabalhadores/as a encontrar médicos e profissionais de saúde apropriado, evitando que os procedimentos sejam feitos na ilegalidade ou com profissionais pouco qualificados.
Ron Crawford, vice-presidente de benefícios da Starbucks, declarou que o novo plano tem a proposta de ser totalmente e verdadeiramente inclusivo. “A abordagem foi conduzida, não apenas pelo desejo da empresa de fornecer uma cobertura inclusiva, mas principalmente pelas conversas poderosas com parceiros transgêneros sobre como esses benefícios permitem que eles fossem quem são. Você tem que pensar nisso em uma perspectiva de equidade”.
Desde 2012 a Starbucks cobre a cirurgia de redesignação genital de seus funcionários. Para o novo plano, a Starbucks trabalhou em conjunto com a Associação Profissional Mundial para Saúde Transgênera (WPATH). “Ela não teve medo de exigir que as pessoas recebam o melhor atendimento possível. Trouxemos uma lista de benefícios cruciais e considerados problemáticos como feminilização fácil e eletrólise”, disse Jamison Green, da WPATH.
Tate e a esposa Katherine
Na última semana, Tate Buhrmester, homem trans e e sócio da Starbucks em Austin, analisou com sua esposa Katherine as seis páginas de serviços cobertos pela Starbucks Transgender Medical Benefits, de cirurgia genital, terapia de voz a enxerto de cabelo. A Starbucks está se posicionando e defendendo pessoas trans e dizendo que nossos procedimentos não são apenas cosméticos: eles salvam vidas, eles estão afirmando isso”, disse ele.
De acordo com um relatório de 2014 do Instituto Williams, 41% das pessoas trans norte-americanas tentaram suicídio em algum momento, muito acima da média da população total, que é de 4,6%. Os autores do relatório disseram que um dos fatores nessa alta porcentagem é a falta de acesso aos cuidados relacionados à transição.
Para o vice-presidente, a ideia é que eles não sejam os únicos com a iniciativa: “Ninguém mais está fazendo isso. Nós adoraríamos ver mais empregadores fazendo”.