A travesti Paulina Ferreira, de 22 anos, foi assassinada na última quarta-feira (23) no bairro do Prado, zona oeste de Recife. Ela estava no local visitando amigos e estava sentada na calçada quando foi abordada pelos seus assassinos.
De acordo com a polícia, dois homens apareceram em uma moto e começaram a atirar em Paulina. Ela chegou a correr por vários metros, mas acabou sendo atingida no rosto e no tórax.
Segundo Tadeu Cruz, perito criminal, ela recebeu cinco tiros e não resistiu aos ferimentos, morrendo no local. Ele declarou que ela estava com drogas (não mencionada o tipo de droga e nem a quantidade) e com dinheiro (???).
Em entrevista ao jornal TV Tribuna, o delegado Adyr Almeida confundiu orientação sexual com identidade de gênero e declarou que Paulina é “homossexual” (sic) e cogitou que existe a “possibilidade de tráfico de drogas na região, que pretendemos desmobilizar”.
Moradores do Prado ficaram em silêncio durante a perícia. Os amigos, abalados com o assassinato, também não quiseram dar entrevistas. Paulina morava no bairro Bongi e desde a adolescência havia revelado a identidade de gênero feminina.
Ela é a 11ª travesti a ser assassinada somente no mês de março, de acordo com a Rede Trans. A morte aos 22 anos reafirma a estatística de que a expectativa de vida de uma travesti no Brasil é de 35 anos.
Vale ressaltar que matérias locais desrespeitaram a identidade de gênero dela, tratando-a no masculino e revelando o nome de registro em detrimento do nome social.