A ex-jogadora de vôlei Virna Dias – bronze em Atlanta 1996 e Sidney 2000 – declarou no fim de 2018 que apoiava a escalação de Tifanny Abreu, a primeira mulher trans a disputar a Superliga em uma equipe feminina, para a seleção brasileira.
A declaração ocorreu em Teresina, quando ela acompanhava a final do Piauiense de vôlei. “Quem somos nós para julgá-la? Se ela é uma atleta aprovada para jogar como mulher no cenário feminino, eu não vejo problema de ela ser convocada. Agora, quem decide e vai analisar (a convocação) é o Zé Roberto”, declarou.
Desde quando estreou no Vôlei Bauru no fim de 2017, Tifanny passou por todas as exigências do FIV (Federação Internacional de Vôlei), bem como a hormonioterapia e os exames que comprovariam a alteração de sua massa muscular, velocidade e força. Ainda assim, enfrentou questionamentos e transfobias.
Apesar de ter sido uma das melhores jogadoras do campeonato, Tifanny não foi convocada para a Liga das Nações e o Campeonato Mundial. “Não sei como isso é visto internacionalmente, mas vamos ficar na torcida porque vai ser uma força extraordinária”, disse Virna.
Tifanny deve ter ficado feliz com a declaração. Isso porque em 2018 ela declarou em entrevista à revista Veja que a atacante foi sua maior inspiração. “Todos admiramos os técnicos Zé Roberto e Bernardinho. Eu me interessei muito pelo vôlei feminino na época da rivalidade entre Brasil e Cuba. Tínhamos Fernanda Venturini, Márcia Fu e eu era apaixonada pela Virna”, disse.
Tifanny é um dos destaques do time feminino Vôlei Bauru
A ex-atacante declara que está positiva aos resultados das jogadoras brasileiras nos próximos anos, uma vez que 2018 foi um ano de transição, mudanças e que jogadoras experientes estavam lesionadas ou em repouso pós-lesão. “Brasil é o time a ser batido, é a equipe que todo mundo quer ganhar. Tenho a certeza de um projeto forte para chegar a Tóquio 2020”, disse.